23/01/2014

VANITY FAIR ITÁLIA PUBLICA MATÉRIA SOBRE O ''FRACASSO'' DO ÁLBUM ''ARTPOP''


A revista ''Vanity Fair'' da Itália, publicou recentemente uma matéria sobre o ''fracasso'' do ''ARTPOP''. A revista tentou explicar o desempenho do álbum apontando alguns ''erros'' na carreira da Mother Monster. Confira:



Lady Gaga, por que ARTPOP "fracassou"
Depois de uma fulminante carreira que parecia imparável, o último álbum da cantora tem tido resultados catastróficos. O que levou a um desastre tão desastroso em tão pouco tempo? Nós procuramos uma explicação, que começa a partir de uma determinada data.

"Na internet, o mais recente álbum de Lady Gaga, ARTPOP, lançado em 10 de novembro, foi renomeado ArtFlop: O disco que consagrou definitivamente a cantora de Nova Iorque no olimpo das estrelas internacionais da música é considerado uma grande desilusão quando se trata das vendas."

Foi o suficiente para dar uma rápida olhada nas paradas do iTunes ao descobrir que 10 dias após a seu lançamento, ARTPOP não aparecia em nenhum top10 no mundo, e especialmente a americana estava longe de ser encontrada entre as 100 melhores posições. Um desempenho tão catastrófico não foi visto desde o lançamento de Bionic da Christina Aguilera em 2010 (embora naquela ocasião a internet não teve piedade, renomeando a cantora loira de Floptina). Vamos tentar entender o que está acontecendo com os objetivos da conquista de Lady Gaga, a estrela pop de milagres, capaz de em poucos meses, entre 2008 e 2009, se tornar um fenômeno aparentemente imparável, capaz de produzir refrões grudentos um atrás do outro, vídeos ricos em ideias e looks inimagináveis para seus colegas.


A carreira de Lady Gaga é muito recente: a cantora tem na verdade vinte e sete anos, apenas 3 álbuns. Os dois primeiros, The Fame e sua evolução, The Fame Monster, lançado 13 meses de distância um do outro, eram em geral discos milagrosos: saiu do nada como um meteorito em um cenário musical viciado em estrelas como Rihanna, Katy Perry e Beyoncé. Lady Gaga começou rodeada de hits: Just Dance, Poker Face e Paparazzi, seguiram uma curta distância de Bad Romance, Telephone e Alejandro (todos produzidos em dois anos), todas as músicas são caracterizadas por um poder muito alto de se gravar incrivelmente no cérebro.

…'po-po-po-Poker Face'… 'Papa-papa-razzi'… 'Stop telephone at me-e-e-e-e-e'. A fórmula era simples e bem sucedida: refrões repetitivos e canções pop perfeitas, envoltas em uma forma impecável. Como poderíamos esquecer a roupa que a senhorita Germanotta usou para ir ao cinema ou para pegar um prêmio em Los Angeles: apoiada por uma equipe criativa para conseguir um visual mais impressionante, Lady Gaga poderia mudar roupa mais vezes por dia, desde um vestido feito de pelúcias do Caco, o Sapo, até um vestido de dança com rendas pretas, ambos com sapatos de saltos impossíveis (as criações inesquecivelmente vertiginosas de McQueen). Era uma estrela pop nova, fresca, credível, a partir do talento: uma campeã dos direitos civis que sempre foi sinônimo de todas as ocasiões para os direitos das minorias e os gays, constantemente criticando o assédio que ela sofreu antes de alcançar o sucesso. Com uma vasta gama de Little Monsters (como ela chama seus fãs, e ela mesma Mother Monster) e de colegas de trabalho que estavam tentando manter-se com ela (Christina Aguilera e Ke$ha) parecia ter o caminho aberto para o trono de Rainha do Pop, por trinta anos detido pela Madonna, que ultrapassou 50 anos.


E depois? O que levou a um desastre tão desastroso em tão pouco tempo? Podemos arriscar uma Data: 19 de janeiro de 2011. Esse dia, de fato, durante o desfile de outono/inverno por Thierry Mugler em Paris, foi feito para ouvir uma prévia de Born This Way, que mais tarde se tornaria o primeiro single de seu novo álbum de mesmo nome. Na ocasião, ouvindo com mais cuidado não se perdia uma inegável semelhança com um pedaço da história de Madonna: Express Yourself. A suspeita tornou-se uma certeza com a divulgação do vídeo. Imagens distorcidas e ballet apenas com sutiã e calcinha não conseguiam esconder o óbvio, ou seja, que Born This Way era descaradamente para acertar a Miss Ciccone (Madonna). Restava ver se isso era uma homenagem ou plágio.

Nunca foi admitida a semelhança abrindo uma rixa entre as duas, mas especialmente entre os seus fãs incondicionais. Guerras nas mídias sociais tornaram-se a ordem do dia. Não há jogo limpo, apenas golpes baixos para defender a sua querida de acusações mútuas: Madonna é velha e deve se aposentar, Lady Gaga é falsa e não se compara, Madonna não pode cantar, Lady Gaga não pode dançar, Madonna não vende mais discos, Lady Gaga só sabe copiar. A suspeita de que Gaga não é tão original, apesar do seu conjunto de fantasias, brilhou na mente de muitos.


A semente da dúvida foi plantada com o lançamento de Applause, o primeiro single do álbum e então lançado ARTPOP: as canções embora inegavelmente cativantes, não atingiam o equilíbrio perfeito de Gaga. Os US$ 20 milhões investidos pela Parlophone para o lançamento (as pessoas envolvidas negam este investimento) não conseguiram bloquear o vazamento anunciando as vendas e dois meses depois do lançamento a dúvida é quase uma certeza: Fracasso de Lady Gaga. Mas nem em tudo, lembre-se: se os seus monstrinhos continuarem a segui-la e defendê-la ao máximo por quem se atreva a critica-la, (esta é uma característica comum a todos os apoiantes de qualquer estrela). Ao que parece, quem abandonou a senhorita Germanotta foi o público "normal", que está intrigado com a nova personagem e, provavelmente, agora acha que ela é repetitiva em querer ser considerada a todo custo como arte, que revelou suas canções quase tão chatas como elas eram cativantes.

Enquanto isso, Gaga demitia seu histórico empresário Troy Carter, culpando a ele e a gravadora pela responsabilidade do fracasso. Se pudéssemos ter uma conversa com a Stefani, tentaríamos a tranquilizar de alguma maneira, porque a história da música está cheia de estrelas cadentes que renascem com todo o clamor: Cher, Prince, George Michael e até mesmo sua inimiga Madonna, que durante grande parte da década de 90 foi quase esquecida pelo público em geral e que, apesar das vendas não estelares de seu mais recente disco, ainda enche estádios ao redor do mundo.

Leia a matéria original (em italiano), aqui.

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